NEM TUDO É FARINHA DO MESMO SACO!

15 de Setembro

NEM TUDO É FARINHA DO MESMO SACO!

Uma das maiores preocupações que tenho ultimamente tem a ver com uma triste tendência à generalização. A sociedade contemporânea está se acostumando a generalizar conceitos a respeito de coisas, situações e pessoas. Trata-se de uma espécie de rótulo que imprimimos por causa de experiências passadas.

O grande problema reside em estabelecer uma imagem que pode não corresponder com a realidade.

Os homens estão sendo rotulados como canalhas, embora nem todos sejam.

Mulheres estão sendo rotuladas como frágeis e incapazes, embora nem todas sejam. Os jovens estão sendo rotulados como inconsequentes, embora nem todos sejam.

Os religiosos estão sendo rotulados como ignorantes e fanáticos, embora nem todos sejam. Os sacerdotes, como pastores, padres e rabinos estão sendo rotulados como pilantras e aproveitadores da boa fé das pessoas, embora nem todos sejam. E assim por diante… Infelizmente, sou obrigado à admitir que alguns pagam pelo mau comportamento de outros.

Simplesmente, temos ignorado o fato de que toda regra tem exceção. Mas vale lembrar que toda regra tem sim, exceção. Nem tudo é farinha do mesmo saco! Pensando nisso, resolvi fazer, nesta pastoral, algumas observações que servem para melhorar nossas relações com coisas, situações, e, principalmente, pessoas. Preste atenção:
1) Não feche nenhuma questão no coração. Lembre-se de que vida é dinâmica e, portanto, sempre estará sujeita à alterações;
2) Não seja preconceituoso com quem pensa, diferentemente, de você. Lembre-se de que este é um direito, além de constitucional, perfeitamente compreensível, pois preserva a liberdade individual de pensamento;
3) Não conclua nada antes de conhecer muito bem o que está em jogo. Lembre-se de que a Bíblia diz em Jeremias 17:9 que o coração do homem é enganoso;
4) Aprenda a fazer distinção entre postura e cultura. Lembre-se de que a postura tem a ver com posicionamento e decisões, enquanto a cultura tem a ver com costumes e tradições. Uma é fruto do pensamento e a outra é fruto da repetição “robotizada” e, portanto, perigosíssima;
5) Não condene ninguém sem antes ouvir sua defesa. Lembre-se de que pode haver uma explicação diferente das aparências, que também trazem engano;
6) Nunca analise nada fora de contexto. Lembre-se de que uma leitura rasa, não leva em consideração o contexto. Muitas pessoas são condenadas porque seus atos e palavras são analisados fora de contexto. Isso é extremamente perigoso, pois pode trazer significados dos mais diversos, inclusive, ofensivos, embora nem sempre o sejam;
7) Faça distinção entre significado e significante. Significado é a definição das coisas. O significante é a vivência que temos com as coisas. Por exemplo, uma cadeira plástica significa um assento com encosto e pés de plástico. Mas se alguém ao se assentar nela, tiver uma experiência negativa, como ela se quebrar, automaticamente, todas as vezes que essa pessoa estiver diante de uma cadeira plástica, a reconhecerá como um assento inseguro. Logo, o significado ganhou uma vivência (significante). Naturalmente, entender isso pode nos fazer evitar generalizações.
8) Nunca subestime o poder de Deus em mudar quadros. Lembre-se de que o Senhor tem poder para restaurar vidas quebradas como o malfeitor na cruz que foi salvo por Ele. A julgar por seu histórico, ele jamais entraria no Reino dos céus. Mas seu arrependimento viabilizou sua salvação em Jesus. Se ele mudou, coisas, situações e pessoas podem mudar também.
Muito bem, espero, sinceramente, que deixemos de lado as malignas generalizações e sejamos capazes de, de agora em diante, analisar melhor a “farinha que digerimos”. Afinal, NEM TUDO É FARINHA DO MESMO SACO. Pense nisso!

 
Pr. Marcelo Petrucci da Silva.