Silêncio nas matas, macacos estão morrendo no Espírito Santo

Há alguns meses, ouvir o som de macacos vindos de dentro das matas fazia parte do cotidiano dos moradores do interior do Estado. Mas, com o surgimento da epidemia de febre amarela – que faz dos primatas suas maiores vítimas – o já conhecido barulho desses antigos habitantes foi gradativamente substituído pelo silêncio.

Para quem vive ao redor das matas, fica a sensação de vazio, como conta Donaldo Renzellmann. Somente no sítio onde ele trabalha, na região de Ponto Alto, em Domingos Martins, sete macacos foram encontrados mortos. “Dá até uma tristeza na gente”, lamenta o caseiro.

Segundo a prefeitura de Domingos Martins, 240 primatas mortos foram encontrados. A região está entre os 52 municípios onde as mortes aconteceram, sendo que em 21 delas alguns casos já estão confirmados. Em todo o Estado, mais de mil mortes de foram registradas.

Para o professor de Zoologia da Ufes, Sérgio Lucena, poderá levar até cinco décadas até que a população de macacos se recomponha.